quinta-feira, 1 de outubro de 2009

passado no passado

'O momento presente é o único que é teu. Por isso não desejes que passe nem te percas no ontem e no amanhã. O ontem passou e, quando o amanhã chegar, já é hoje'

Acho que hoje, pela primeira vez na vida, entendi o verdeiro sentido disto. Percebi que há coisas que passam, que tem de ficar no passado para permitir que possas viver o dia de hoje, o dia de amanhã. Mas e quando nos questionamos se somos realmente capazes de deixar o passado no passado? É um pouco precipitado escrever isto, mas como se deixa o passado no passado se metade do que és tem de ficar para trás? Como é que se arranjam forças, como é que se tem de estar de cara alegre, como é que se está destruido por dentro sem o demonstrar? A isto acho que se chama mesmo seguir em frente, mas mais uma vez, me pergunto: como faço isso? Será que deixar o passado no passado significa apagar tudo o que se viveu? Ou pelo contrário deixar tudo bem guardado - as coisas boas que dão saudades, e as coisas más, que lembram porque já não estou nesta ou naquela situação?

O que sei hoje é que perdi uma das coisas que mais amo na minha vida e que ela também me perdeu a mim. Perdemo-nos, porque tinha de ser assim, porque "para acabar com coisas grandes é necessário uma coisa igualmente grande", porque "as desilusões ajudam a acabar com as ilusões", porque a minha confiança em mim, nas pessoas, nela se foi. É estranho pensar no que escrevi à uns meses atrás "Gosto mesmo de ti hoje e embora saiba que o para sempre não existe, vou gostar de ti SEMPRE", e que, mesmo apesar de tudo, é verdade.

Ao escrever isto só penso no quão dificil vai ser daqui para a frente, sem metade daquilo que estava habituada a ser. Penso também que depois deste "sofrimento inicial", vou conseguir encontrar uma maneira de recontruir a minha parte destruida por mim própria, e vai ser minha, de ninguém mais. Não vou deixar que nunca mais ninguém destrua algo em mim, como desta vez. Claro que ao escrever isto penso "como se isso fosse alguma coisa que se possa controlar". Não importa se é controlável ou não, se já alguém controlou isso ou não, eu vou controlar, porque não quero voltar a sentir o que sinto neste momento.

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