quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

1PequenoBalanço

3 anos.. 36 meses...tantos e tantos dias...tantas e tantas horas..tantos e tantos minutos!
Tanto que hoje vejo que mudou nestes três anos de secundário!

Quando entrei para o 10ºano vinha convicta que as coisas iam mudar, mas nunca pensei que dessem a reviravolta que deram..e que fossem como são hoje.
Tanta coisa nova, tantas amizades que ficaram para trás, umas tantas outras que não são iguais - nem nunca poderiam ser porque as coisas mudaram. As pessoas cresceram..os valores são diferentes, os interesses são diferentes, fazer amizades novas é complicado porque as pessoas só pensam em espezinhar, são hipócritas, falsas, "sujas". Tanta coisa que eu fiz que preferia ter feito de outra forma, tanta coisa que mudaria, tanta e tanta coisa que me orgulho de ter feito, tantos e tantos momentos em que quis desistir e a vontade de chorar se apoderou de mim. Tantas vezes que me desiludi - comigo própria, e com os outros!

Quando se entra para o secundário estamos ainda impregnados de uma certa criancice própria e, subitamente, somos obrigados a crescer, a "fazer-nos a vida". Não sou a pessoa que era a três anos atrás e isso nem é mau, por toda a maturidade e crescimento que noto em mim hoje em dia. Mas e a minha sensibilidade para certas coisas que desapareceu e se tornou no calculismo frio? E a arrogância com que sou obrigada a olhar para certas situações? E a minha fé na amizade verdadeira que desapareceu..? O secundário é, para além de uma base para a nossa vida futura, o inicio da "escola da vida", em que temos muitas vezes de ser sacanas, em que é tudo muito mais impessoal, em que se chega ao final do dia e nos questionamos quem está do nosso lado afinal. São três anos em que podemos contar connosco próprios e com mais dois ou três verdadeiros amigos!

A verdade é que estão todos tão ocupados a seguir a sua vida, a seguir em frente, a lutar pelos seus interesses, que isto se sobrepõe muitas vezes - a maioria das vezes, aliás -, às relações, ao que importa, ao calor humano, aquilo que gostava que existisse mas não existe..

E quem escreve o destino? quem escreveu que pessoas iam magoar-se, que aquele ia andar com aquela, que o interesse de A ia mudar, que B e C não estão no curso certo, e que 3 ou 4 chumbariam? É esquisito ver as pessoas a ficarem pelo caminho, perceber que há coisas “inconsertáveis”, e que as coisas não são o que costumavam ser: vão-se deteriorando cada vez mais. E às vezes isso desilude-me tanto.. Pensar nas afinidades que já tive com determinada pessoa e pensar que hoje em dia já nem nos falamos da mesma forma. Enfim, faz parte, mas não devia fazer! Que mundo de cão! Que mundo selvagem!

Eu própria estou ocupada com tanta coisa que às vezes me esqueço de pensar nisto. Mas hoje a consciência pesa-me. Pesa-me porque sei que nos meus três anos de secundário, apesar de ter sido muitíssimo feliz, tenho a sensação que deixei que muitas coisas me escapassem...ficassem simplesmente "pelo caminho"! Destrui uma amizade, algo que me arrependo todos os dias..perdi amizades e ganhei umas outras, embora poucas. Aprendi a "fitar" as pessoas, a julgá-las (coisa horrível), porque este é um mecanismo necessário para se "sobreviver", para se ser alguém: não ser ingénuo é fundamental. Às vezes sinto falta da minha parte ingénua, menos "mundana", por assim dizer. A minha inocência, que caracterizava tudo em mim no inicio do secundário. Sinto falta de não ter de ter "sentimentos racionalizados", de não dizer coisas como "odeio aquilo/odeio aqueloutro"! Eu não sou assim, mas tantas vezes caí, tantas vezes me magoei, que me tornei assim. Mas uma coisa é importante referir: apesar de tudo o que mudou para mim neste período, não considero que me tenha tornado uma má pessoa..mantenho sempre os meus princípios, a minha essência, o meu eu.

Saudade de tanta coisa, e tanto ainda por viver!

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